segunda-feira, 5 de julho de 2010

Saudades de ti Mãe...



A solidão abre o meu silêncio...
Poemas de paixão, sonhos em mim,
Poeta... ( lágrimas e lágrimas)
Rios e mares de tinta preta...
Onde minha alma se consome com a tua,
Estás longe e tão perto, a cada momento em cada instante, meu pensar te persegue na rua...
Palavras, pequenas, sonoras, letras que traço em suspiros meus,
Poesias.... Que saudades desses olhos teus!
Magoas dolentes, coração sofrido, sonhos ardentes...
O oceano desse teu olhar...
Desejo tanto voltar a encontrar!...
Em memórias que me são presentes...
Teus olhos que se fecham ao meu beijar...
Toque suave dos meus lábios, Mãe não sentes?

Fé!...



Fruto,na minha prece, pólvora negra, a reza onde se imprime o meu opaco espaço em transe.Reflexão de nós. Inflexão na voz. Joelhos. Deitada. Joelhos. No além, onde repousa o canto.Bela. Sou, tua, virgem. Deusa. Cega. Parada. Na novena, no silêncio sentada. Impressões. Tuas. Deus!?
As Virgens horas. Fantasias. Amén...
O tempo!... O espaço!... O sonho!...
Deus frio, alma sublime e deslumbradora, concebe-te a ideia. A minha. A nossa. Incognoscível. Misticamente, nos longes.Nos impensados infintos. Nos, anus luz. Na carne quebrada, suada, apaixonada. No meio dos espinhos. Paixão. Nas mãos postas, os monges, semeiam mil preces, desejos e buracos sobre, esta ou aquela cama.
Amo-te!... Ama!...
Rendas. Prata. Concentração, tão... tão... tão... amén!
Suspiros, sedução no meu estático prazer... Suspiremos!
Amén!...
Deus idílio, eco reperente de todos os imos da minha alma, prende-me eternamente...
(... NA ilusão cansada, que revela-se imensa e misteriosamente na minha solidão )
O Meus Deus é uma Deusa!...
Eu!...
Que Se diverte. Diverte-se!... Diverte-me!...

Palavras são Mortalhas



Matei-me á sombra de um rochedo macilento,
Constelado espaço, à chuva e ao vento...
Enterrando-me nele com o meu tormento!
Só meu espirito ainda vive,
Num fixo inexorável pensamento...


Ao alto de uma charneca ouve-se;
A minha voz secular e aflitiva!
Meu vulto inulto que passa,
No grito da alma aqui cativa!...
Como se eu ainda fosse alguém,
Como se ainda fosse, luz de dia, vida !

Na inominada luta de ninguém!
Alma vasta que em fogo se embriaga!
Pudesse eu ainda arder no incêndio de alguém!...


* imagem retirada da net

sábado, 15 de maio de 2010

Morreram-me As Palavras

... e se o meu eu morrer de novo, assim estará certo, é porque assim quis, é porque assim aconteceu...




Morreram-me as palavras,
Perdição da cabeça denominada forte,
Dura e fechada á superficíe oculta.
Som informe,
Convulsa na tarde grave canta,
È já crespuscular o morto som ao mundo.
Minha perdição, ansioso dominío imenso.
Desnecessária é a legenda,
Tão forte é a imagem, tal é a litania do seu dominío.
A noção latente duma falta latente,
Chora,
Chora,
Chora,
Um atordoamento fulminante,
Eco remoto eco ... ( Morreram-me as palavras)
A letra incauta,
Letras vertentes, rumores aquosos,
insonoros,
Que a minha noite desagreda, o luto espreita ,
Esperança ciosa que ofega ...
Para o silêncio,
Tende a boca,
Ouvejo-te, como, de tanto pensar-te,
Ver-te e ouvir-te na minha cabeça,
A fala rejeita.
( Morreram-me as palavras )...
Desfaz-se feroz o coração,
A certeza , rápida e lenta,
Cismar de olhos no chão,
Recolhem as letras, dispersas ...
Pouco a pouco... Apagando...
Morrem as palavras!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Una Aparição



Espírito ,
Que fria, é a tua sombra,
Filha, esquiva na noite.
Quando por mim passas,
triste e lento
o meu coração, tumulta.
Pressinto-te... És quem!?
Só tu entendes o meu tormento...
Deusa... Noite... Visão!...
Misteriosa!... Distante!... Do Além!
Negro,
Negro, é o teu manto de vento...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Luto




Ouve um dia, em que a minha alma se vestiu de negro,
Numa manhã escura...
Fria a tua boca, nua na minha mente louca...
A luz intensa, chora uma tristeza que em mim perdura!...
A minha alma se veste de preto,
Nu abismo !...
Martírio...
Morte!...
A que tudo humilha,
Tudo consome,
Tudo trilha!...
E nos dá a comer ás larvas...
Mãe!...
Sou hoje, lágrimas amargas...
Defuntas, no teu olhar terno,
e nada no meu pensamento é mais eterno...